16 de mai 2025
Imigração revitaliza Fundão, pequeno município no interior de Portugal
Fundão, em Portugal, se transforma em polo de imigração e inovação, atraindo profissionais e revitalizando sua economia.
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No interior de Portugal, o município do Fundão se destaca como um novo lar para imigrantes. Com uma população de 27 mil habitantes, cerca de 4 mil são estrangeiros de 78 nacionalidades, incluindo uma expressiva comunidade brasileira. Desde a década de 1960, quando a população era de 50 mil, a cidade tem enfrentado um encolhimento demográfico, mas agora vê nos imigrantes uma solução para revitalizar sua economia.
O Fundão se tornou um polo atrativo, especialmente para profissionais da área tecnológica. O salário médio mensal na região é de 1.186 euros, superior ao salário mínimo nacional de 870 euros. A cidade oferece um ambiente seguro e acolhedor, onde muitos imigrantes relatam melhorias significativas na qualidade de vida. Narion Coelho, que se mudou de Curitiba em 2021, destaca a segurança e a possibilidade de viver com tranquilidade, algo que não era viável em sua cidade natal.
Comunidade e Apoio
A integração dos imigrantes é facilitada por iniciativas locais. Narion fundou a Associação de Apoio Brazuca e Amigos, que ajuda novos residentes a navegar pela burocracia. "Aqui, todos se ajudam", afirma. A comunidade se organiza para oferecer suporte, criando uma rede de solidariedade que beneficia tanto imigrantes quanto locais.
Daniel Silva, que se mudou de Goiânia em 2022, também encontrou um ambiente acolhedor. Ele trouxe toda a família e, juntos, se adaptaram rapidamente à nova vida. O Fundão, que antes era apenas uma opção, se tornou um destino definitivo para muitos. "Cerca de 80% dos imigrantes se estabelecem aqui", afirma Paulo Fernandes, presidente da Câmara Municipal.
Polo de Inovação
Desde 2012, o Fundão tem investido em um plano estratégico de inovação, atraindo engenheiros e profissionais da tecnologia. Hoje, a cidade abriga 1,2 mil engenheiros e diversas startups. Além disso, a região também se adaptou para atender à demanda por mão de obra na agricultura, criando um centro de acolhimento para trabalhadores temporários.
O município se destacou ainda mais ao acolher refugiados, como os que chegaram após a crise do navio Aquarius. O centro de acolhimento, que oferece abrigo e apoio, é um exemplo de como o Fundão se tornou um espaço de inclusão. "Aqui, todos encontram um primeiro ponto de apoio", explica Filipa Batista, diretora do centro.
Desafios e Crescimento
Apesar do sucesso, o Fundão enfrenta desafios, como a escassez de habitação. A demanda por aluguel aumentou, dificultando a busca por moradia. No entanto, a integração tem sido positiva, com a maioria da população local recebendo bem os imigrantes. "Não temos do que reclamar", diz Renato Cabral, que se mudou recentemente.
A cidade foi reconhecida como capital europeia da inclusão e diversidade em 2023. O presidente da Câmara destaca que a imigração é essencial para combater o envelhecimento populacional e impulsionar a economia local. "Migração é economia e economia é migração", conclui.
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