15 de mai 2025
Aztecas utilizavam obsidiana de diversas fontes em complexa rede comercial
Estudo revela que a diversidade de obsidianas em Tenochtitlán reflete a complexa rede comercial dos Aztecas, incluindo rivais.
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Um estudo recente analisou 788 artefatos de obsidiana encontrados em Tenochtitlán, a capital dos Aztecas, revelando uma complexa rede de comércio que incluía até mesmo rivais. Os resultados foram publicados na Proceedings of the National Academy of Sciences e destacam a preferência dos Mexicas por obsidiana verde, utilizada em rituais e ferramentas.
Os pesquisadores utilizaram fluorescência de raios X portátil, uma técnica não destrutiva, para identificar a origem geológica dos artefatos. O estudo confirmou que, embora os Mexicas preferissem a obsidiana verde, a diversidade de tipos de obsidiana encontrada sugere um sistema econômico robusto, que facilitava o comércio de longa distância com sociedades rivais.
Diego Matadamas-Gomora, autor principal do estudo e candidato a doutorado em antropologia na Tulane University, afirmou que a variedade de obsidianas indica que as ferramentas eram adquiridas de múltiplas fontes, refletindo a movimentação de bens em Mesoamérica. A pesquisa também revelou que 90% dos artefatos analisados vieram da Sierra de Pachuca, considerada a origem da obsidiana mais valorizada pelos Aztecas.
Importância da Obsidiana
A obsidiana já era um material comum na Mesoamérica antes da chegada dos Aztecas, que chegaram à região em 1200. O estudo mostra que a obsidiana era utilizada não apenas para objetos rituais, mas também para ferramentas cotidianas, como lâminas. A pesquisa destaca a importância da obsidiana na evolução econômica e social do império, especialmente após a conquista dos Tepanecs em 1430.
Os pesquisadores notaram que a diversidade de fontes de obsidiana aumentou após a expansão do império, mas diminuiu durante o governo do tlatoani Tízoc, entre 1481 e 1486. Após esse período, a diversidade voltou a crescer, indicando que a disponibilidade de obsidiana estava ligada às transformações políticas da capital.
O estudo também sugere que a circulação de obsidiana não se restringia a Tenochtitlán, alcançando mercados rurais e urbanos. Isso demonstra a robustez da economia central mexicana há 500 anos, com a obsidiana sendo um bem amplamente comercializado. A pesquisa abre novas possibilidades para entender o comércio e a vida cotidiana dos Aztecas, que ainda são pouco conhecidos devido à localização da antiga capital sob a moderna Cidade do México.
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